21 setembro, 2015

Refugiados

No escrever e apagar das palavras
resta pouco daquilo que me traduz.
Mas me reconheço no reflexo da vidraça
vendo  os momentos desfilando lá fora,
ou  nessas coisas que acrescentam sentido à vida,
fugazes  também,
nas  angústias dos rostos que passam,
outras  histórias que o mundo traz,
no ritmo estranho de todas as horas.

Em todos os lugares, as trevas
a tristeza dos que são manobrados,
como se não houvesse futuro
ou tempo para discutir.
Sempre jogados, e ocupados
no básico essencial para sobreviver

só depois vem a escolha entre a revolta
e a angústia.
A batalha só existe
quando se tem consciência daquela força
que permite lutar.
Falo da angústia enorme
de não se sentir capaz de conquistar,
e depender  de algo que venha salvar
ou migrar para o seguro,
buscando a coragem gigantesca
de apenas  fugir...

12 setembro, 2015

Verso e Reverso

Nos versos, meu reverso.
Para quem me lê,
este sorriso pleno
e o brilho nos olhos.
Para quem me sente,
e abraça minha alma,
o verso do meu reverso.
Esta é a minha missão:
mostrar a poesia mesmo
no desencanto dos dias...